Casal Dieter Mueller e Lucia Sila



Quando eu iria pensar, em meus inocentes passeios na infância a Gramado, Canela, São Paulo e Lindóia, que estaria algum dia naquele pesado ambiente de Vincènnes, os quais me prendiam a um terror da realidade?


E quantas histórias, muito tristes com famílias de exilados, me trariam a beleza deste por-do-sol no pampa? Terra forte, quase preta, que traz o cheiro do índio missioneiro e suas armas lutando para preservar seus territórios junto a chimangos e maragatos.

Homens fortes que junto aos coronéis, campearam por estas terras e lutaram por elas palmo a palmo.

Este cheiro de São Borja me traz muita felicidade! Energia que eu jamais poderia imaginar que sentiria junto a dor da história da Família Goulart.

A natureza me remete sempre aquele momento, durando poucos segundos para que ela se transforme novamente.



Nesta transformação, fico sentada tirando fotos do por do sol...












Estas fotos marcam momentos felizes que por ali passamos.


Sem querer, a cada segundo, vou tirando no zênite, um pouco do seu brilho.




Esta cor crioula que me faz esquecer meu pedaço alemão, sofrido, vindos de outras guerras, das quais eu venho participando.


"Nada se cria, tudo se transforma".

Nesta Páscoa, fui para a fazenda de Lúcia Mariano da Rocha Sila, em São Borja.
Páscoa querida, pessoas queridas e a natureza.

Por mais que meu coração e meus olhos queiram fotografar, não conseguem captar aquela estrondosa beleza que nos faz pensar: Deus nos abençoe!


Terra de muitas histórias. Histórias de famílias poderosas como a da minha amiga Mariano da Rocha e a da família de Getúlio Vargas.

Alí, jaz também, Leonel Brizola com sua amada Neuza Goulart Brizola.


Me encontro em muitos caminhos agora, tentando revelar o que puder sobre a história e a terra onde estou neste momento, numa fazenda bem próxima a minha, numa casa com aconchego inigualável.


Por ali, passou recentemente um ciclone que derrubou milhares de árvores centenárias. Porém, já se trabalha na limpeza e organização da madeira que caiu, que será negociada para pagar as contas das avarias causadas por ele.

Tivemos tanto tempo de alegrias, de laços de amizades atemporais, escutando Mozart naquele rancho tão chique, tão simples...

Depois que tudo passou, eu ainda me encontro entre paredes, algumas que me sufocaram e outras, como estas, que me deram plena felicidade.


Caminhando firme pelo meu caminho. tenho certeza que ainda estou encontrando vários caminhos, que me apontam sempre, portas abertas.


Por aquelas terras se formou o Rio Grande, com seu laço, seu chimarrão e suas esporas.

Aos poucos, algumas famílias foram comprando terras e se tornando grandes proprietárias.


Quanta coisa aprendi com as índias da terra!

Elas abrandavam os meus temores, tomando seus amargos chimarrões, olhando sempre para o horizonte.

"Não te preocupa, quando a terra não é do dono, ela mesma o expele".

Quantas vezes, através destas palavras, cheguei na minha terra e atirando-me nela, pedi aos seus ancestrais que me aceitassem como dona e me ajudassem a cuidá-la.

Ela tornou o meu sangue mais forte e minha visão mais clara através do horizonte.

Novamente, peguei o ônibus noturno para entrar na minha cidade tão amada: São Borja.
Quantas vidas já passaram pela minha e ainda sinto, a cada movimento, a sensação
da expectativa do novo. A mesma sensação, explodindo pelos poros, ao ir de encontro com o meu passado.



Saudades do Vicente, meu marido, que não se encontra mais aqui, companheiro que compartilhou passo a passo deste novo crescimento, que era dele também.

Não tenho mais temores. O pampa me seduziu.



Pois, quem somos nós, mais ou menos do que a natureza?
Nem um, nem outro, somos a própria natureza.


Estas fotos marcam o caminho por onde passei, registram os nossos momentos felizes.
















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3 comentários:

    Anônimo disse...

    Carla Volkart disse...
    "O que eu quero mesmo é gente que coma flores comigo e tenha a cabeça cheia de milagres."Henrique do Vale
    Well, encontrei este espaço mas prá falar do blog todo. Sempre que entro vou visitando todos os departamentos. Acho que esse blog da Marta respira um ar novo. Não dá prá classificar o quê seja isso, mas apenas dizer que cultivar TODOS os departamentos faz parte de uma compreensão muito mais e maior daquilo que Marta vai descrevendo no seu futuro livro. Fico impressionada. Parece que o livro vem vindo bem lá de trás, mas simultaneamente vivendo toda uma MESMA intensidade aqui e agora. O BE-IN tá retornando...e começou lá atrás. A "pensadora" Marta é o próprio Rodin metaforicamente, os dizeres no ESTAVA ESCRITO NAS ESTRELAS parece distante,..., mas é uma coluna vertebral chamada "espiritualidade" que independe de raça, crença ou cor... Ou seja, o blog inteiro tá meio mágico. Sei lá onde vai dar tudo isso, ou mesmo, ONDE É QUE VAI NASCER TUDO ISSO? O blog tá vivo gente!!! Esse blog tá vivo!!!
    Tô adorando. Tô me identificando, atualizando, sintonizando e me sentindo crescer JUNTO. Tão bom....
    Beijão!
    Carla

  1. ... on 9 de abril de 2010 às 17:44  
  2. Veludo azul disse...

    oi Marta querida, q bom te rencontrar.....recen entrei e ja to adorando.....aquele periodo de vc morando na ille saint louis....humm..me lembrou minha estada la tb....coisa boa.....ta muito bem montado o blog...parabens anjo....vou te passar as infos da minha expo..e depois vou te ligar p fazermos 1 happy hour la.

    CIX barcafé convida:

    5ª EXPOZFAB

    (de 07 abril a 05 maio

  3. ... on 13 de abril de 2010 às 20:28  
  4. Eleonora Jung disse...

    Acho que de vez em quando é bom ouvir ou ler que és uma pessoa fantástica, uma mulher bonita que marcas a diferença naquilo que fazes e que és importante para as pessoas que amas, embora nem sempre tenhas consciência disso, és muito querida por muitas pessoas. Cola esta mensagem no mural sete mulheres fantásticas! Beijos

    2.... on 13 de abril de 2010 20:12

  5. ... on 13 de abril de 2010 às 20:32