Mala de papéis
  
1995, no ônibus, observava o horizonte pontilhado de coxilhas, logo despontaria a luz do amanhecer. Procurei dentro de mim a consciência de vidas passadas e só vi expatriados da Rússia, pais da minha mãe, e da Alemanha, como meu pai.
Não encontrei nenhum resquício em mim desta terra missioneira dos guaranis e espanhóis.
Na janela das lembranças e dos pensamentos, me vi sentada, solitária, cabeceando de sono, olhando mães com seus índiozinhos no colo. Perguntei: Quem é São Borja?


Eu carregava uma mala abarrotada de papéis da Fazenda São José, minha herança, propriedade de mais de cem anos da família Goulart.

Dentro dela existia também um bom pedaço da história do Brasil. Muito triste, eu ainda chorava a morte de meu marido. E de minha mãe, falecida no mesmo ano. Duas perdas.
Será que algum dia resgataria a felicidade? 
Tinha uma filha em plena adolescência para cuidar, amar na solidão que a ausência do amor perdido só fazia aumentar.
A mala, abarrotada, parecia trazer muito mais perguntas que respostas.

Viro de lado e me preparo para logo descer em São Borja.


Carregava meus tarôs e meu CD-Player, onde escutava músicas new-age e indígenas, para entender melhor o lugar que tanto desejava ser acolhida. 
 Novamente renasço no ventre desta vez da História do Brasil, para entender a grandiosidade  de Getúlio e Jango. A terra tem todos os registros. E é ali que eu coloco os meus pés, o meu coração, para saber de onde vem a fonte do meu futuro.
 
A
cordo no quarto que ocupo no Hotel Charrua.
 
Observo pela janela a pracinha em frente, tomada de passarinhos gorjeando. Diante de mim, noto uma casinha de joão-de-barro. Meu cenário é calmo e ao mesmo tempo inquieto.

Logo cedo meu amigo Denis Marques viria de sua fazenda para me levar para nossas terras, herança de minha sogra para minha filha e do meu marido para mim.Quem arrendava, não queria nem saber se existiam donos. Era uma terra que forasteiros achavam que eram donos desde que houve o golpe de 64 e o exílio da familia.

Na verdade estas terras pertenciam a nós, só que dentro dos cartórios de São Borja. Cada família que entrava lá recebia a terra como terra de ninguém.

~Mais ou menos sabia através meus estudos de tarot e outros oráculos como o IChing, livro com a filosofia de Confúcio com 5000 anos de vida.
Não tinha idéia que minha vida mudaria radicalmente. porém o horáculo chines me avisava, que enquanto uma caravana cheia de riquezas passa, é natural que ela seja rodeada também de pessoas mal intencionadas. Ainda mais se tratando de uma viúva com uma teen ager no Rio Grande do Sul então, o bando é formado por  famílias. Gente covarde estes  bandoleiros de terra, fazem qualquer coisa para para atingirem um certo sucesso, rasrejam como surucucus em volta dea riqueza dos fazendeiros poderosos.
  Ao chegar aí Com este hexagrama " Modestia" do I ching Nada do que foi será... daquilo que já foi um dia... tudo passa como tudo passará...
Mala de papéis
  
1995, no ônibus, observava o horizonte pontilhado de coxilhas, logo despontava a luz do amanhecer. Senti medo de nascer. Procurei dentro de mim a consciência de vidas passadas e só vi expatriados da Rússia, pais da minha mãe, e da Alemanha, como meu pai.
Não encontrei nenhum resquício em mim desta terra missioneira dos guaranis e espanhóis.
Na janela das lembranças e das asas do pensamento, me vi sentada, solitária, cabeceando de sono, olhando mães com seus índiozinhos no colo. Perguntei: Quem é São Borja?

Eu carregava uma mala abarrotada de papéis da Fazenda São José, minha herança, propriedade de mais de cem anos da família Goulart.
Dentro dela existia também um bom pedaço da história do Brasil. Muito triste, eu ainda chorava a morte de meu marido. E de minha mãe, falecida no mesmo ano. Duas perdas.
Tinha uma filha em plena adolescência para cuidar, amar na solidão que a ausência do amor perdido só fazia aumentar.
A mala, abarrotada, parecia trazer muito mais perguntas que respostas
Viro de lado e me preparo para logo descer em São Borja.
Com a luz tênue das cinco horas da manhã, desembarco naquela rodoviária adormecida de muitos séculos de história.
Carregava meus tarôs e meu CD-Player, onde escutava músicas new-age e indígenas, para entender melhor o lugar que tanto desejava ser acolhida.  Novamente renasço no ventre desta vez da História do Brasil, para entender a grandiosidade  de Getúlio e Jango. A terra tem todos os registros. E é ali que eu coloco os meus pés, o meu coração, para saber de onde vem a fonte para o meu futuro.
A
cordo no quarto que ocupo no Hotel Charrua.
Observo pela janela a pracinha em frente, tomada de passarinhos gorjeando. Diante de mim, noto uma casinha de joão-de-barro. Meu cenário é calmo e ao mesmo tempo inquieto.
O sol não brilha ainda, porque estamos na fronteira oeste. Aprendi que o sol nessa região só vai fica mais intenso a partir do meio dia para a tarde.
Minha amiguinha não queria sair de dentro do meu coração para falar comigo, andava muito atarefada colhendo elementos de auto conhecimento para mim, que me preparasse para os novos vinte e hum anos que seriam de duros aprendizados e maravilhosos in sites 

Acho que ela amadureceu antes de mim
O sol não brilha ainda, porque estamos na fronteira oeste. Aprendi que o sol nessa região só fica mais intenso perto das meio dia para a tarde.
Uma luz tênue das cinco horas da manhã, desembarco naquela rodoviária adormecida de muitos séculos de história.


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