Meu 2o nascimento

No fundo e no raso, na verdade sou uma burguesa, que do fundo do coração deseja que a humanidade tenha uma vida, no mínimo, pequeno-burguesa.
Sim, li Trópico de Capricórnio. Sim, li Trópico de Câncer – ambos de Henry Miller. Li na época certa, na idade adequada. Meu lado burguês não é tão absoluto assim, e gosta de se ver sacudido. Uma leitura dessas é um autêntico terremoto.
Às vezes acho a futilidade a melhor coisa do mundo. Quando entramos nela, também entramos numa espécie de non sense que é quase o mundo da fantasia, mas, atentem, é preciso ter espiritualidade também junto com ela, caso contrário, ela pode cair no vazio.
Ser burguesa é, segundo minha ótica, fazer uma brincadeira com a realidade, porém é preciso ter muita sabedoria para brincar neste novo mundo. A base de tudo para se ser louco é a organização (base).
O tempo que você vai ficar na viagem não importa, pois o grande prêmio aí é que você terá vários níveis de consciência e crescimento e, para não se perder dentro dela, dessa viagem, é saber aonde você quer chegar.
Neste caso, a viagem é de graça.
O momento em que minha filha nasceu – para dar um exemplo, o maior! – foi a viagem mais plena da minha vida. Uma espécie de primeira comunhão que tive com o Universo. Meu espírito cresceu. Alegria, alegria. E eu, que já estava indo há horas, sem lenço nem documentos, continuei a ir, cada vez mais longe. Hoje junto com a menina companheira de viagens, a de cachos dourados, e a outra, morando atualmente na Escócia, à espera de meu primeiro neto.


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